
Confinamento a quanto obrigas!
(Nota: este desabafo e problemas apresentados são minimos quando comparados com a dor de quem perdeu ou sofre com a doença )
Hoje, quando escrevo este artigo, faz um dia que Portugal voltou a colocar todas as suas crianças em casa sem escola devido à pandemia causada pelo Covid-19.
Pouco mais de 2 meses antes de fazer um ano em que o primeiro confinamento nos colocou a todos receosos do que o futuro iria trazer, voltamos agora a uma situação semelhante, mas em que os números trágicos da pandemia são bastante mais graves.
Profissionalmente, a Make It Digital sobreviveu sem grandes sobressaltos ao primeiro confinamento e acredito que o irá fazer também neste. O pipeline de trabalho está confortável e isso faz-me estar quanto a isso tranquilo.
O problema é mesmo a dinâmica pessoal de ter os meus filhos em casa e necessitar de continuar a trabalhar e coordenar o trabalho da empresa. Se por um lado não me sinto bem em desligar-me do que a minha função de pai deve ser, brincando com eles e fazendo com que possam realizar atividades diferentes do que o simples olhar na televisão ou telemóvel , por outro as responsabilidades profissionais da empresa e as espectativas dos clientes não podem sofrer com este equilibrio que preciso conseguir.
Aquando do primeiro confinamento, aproveitando o facto da Tânia trabalhar por turnos, decidi separar as coisas. Enquanto estava sozinho com os miudos o foco era total neles. O trabalho teria de esperar. Quando a Tânia chegava ai fazia render as 4 ou 5 horas que me restavam da melhor forma para responder a todas as necessidades.
Desta vez pelo menos inicialmente isso não pode acontecer. Projetos a terminar, pessoas a gerir implicam que esta separação a acontecer terá de ser gradual.
Sei que a família e os nossos filhos são tudo e a decidir entre uma coisa e outra a decisão é fácil, mas temos de medir o impacto das decisões que tomamos. Optimista que sou acredito que tudo isto irá passar e quando acontecer a Make It Digital continuará a ser também um “filho” que tenho de cuidar.
Vamos ver como correm os próximos tempos, sendo que é preciso dar valor ao fato de os meus problemas serem apenas estes. Muitas famílias tem infelimente problemas bem maiores com que lidar…
A todos sem excepção desejo as mais sinceras sortes e que se protejam bem nesta fase.