
O Portugal que temos é o Portugal que fazemos
Nos últimos dias o trabalho tem sido imenso felizmente. Considero e tenho noção que nesta tempestade perfeita que infelizmente irá culminar numa crise económica e também humanitária sem precedentes, que eu e a Make It Digital têm conseguido continuar o seu trabalho e mesmo aumentar a sua cadência.
Para acompanhar estes dias intensos de trabalho, cuidar dos filhos e gerir toda esta pressão, começei a ouvir Renegades: Born in USA, em que Barack Obama e Bruce Springsteen conversam sobre a sua visão dos problemas que afetam a américa crusando a vivência de cada um, que embora termendamente bem sucedidos, tiveram passados duros como todos nós.
Inevitavelmente comecei a comparar os problemas e questões abordadas sobre a América com os problemas que encontramos no nosso Portugal. Não me considero uma pessoa que se queixe muito e que encontre sempre motivos externos para as minhas próprias falhas e é talvez por isso que sempre digo que os Portugueses não tem noção do tão bom que o nosso país é e que só não é melhor apenas e somente por culpa de todos nós e não dos sempre fáceis de culpar, os politicos.
Sempre disse e sempre direi, os políticos de um país refletem a população desse mesmo país, as nossas falhas e os nossos atributos refletem-se na forma como essas pessoas gerem o futuro do nosso país.
E não quero com isto dizer, que não concorde que é uma missão dura e extremamente exigente, e talvez injusta, ter uma empresa em Portugal. Um empregado para receber 1000 euros na sua conta bancária ao final do mês a empresa que o emprega tem um custo quase do dobro, os apoios a quem quer iniciar um novo negócio são lógicos na teoria mas depois na prática são uma corrida de obstáculos cada vez mais difíceis, e muitas vezes obtidos por quem consegue “contornar” esses mesmos obstáculos.
Mas é preciso ver sempre o copo meio cheio, e se há questões em que isso é muito complexo este tópico sinceramente é muito fácil. Eu adoro e tenho muito orgulho de viver em Portugal. A segurança, o tempo, as pessoas, o mar são alguns dos pontos fáceis de enumerar, mas a verdade é que ouvindo as notícias, as redes sociais e agora estes dois senhores a falar sobre o país do “American Dream” percebemos que os problemas reais existem em todo o lado e a escalas dos mesmos são na sua maioria proporcionais ao tamanho desses mesmos paĩses.
É claro que não é possivel todos países terem um Bruce Springsteen que eu adoro, ou um Barack Obama que muito respeito e admiro, mas precisamos de valorizar mais o que temos, pois também na américa não existe uma Amália, um Cristiano Ronaldo ou mesmo um Marcelo… São prespectivas de ver o mundo, mas acredito que se virmos o nosso Portugal como ele merece, e se agirmos como ele precisa deixaremos de necessitar de ver o copo meio cheio…